Fonte: http://observatoriodajuventude.ufmg.br/pacto-mg/images/APOIOCADERNO1/Textos_JUBEMI_verso2013.pdf
A metodologia “ver, ouvir e registrar” vai ajudar você a construir uma compreensão da escola, do ensino médio, da sua concepção e de seus objetivos e, obviamente, dos jovens alunos, que são o tema fundamental desta formação.
Utilizando esta metodologia, você vai descobrindo um modo de “desnaturalizar” o olhar sobre o próprio fazer pedagógico, sobre a escola e sobre os jovens que nela estudam. Os textos, os materiais e as atividades serão de grande ajuda para você refletir sobre sua própria prática e suas vivências no cotidiano escolar. Por intermédio deste exercício de “distanciamento disciplinado”, vamos construir coletivamente um conhecimento sistematizado sobre as vivências e práticas cotidianas nas escolas e sobre os sujeitos que nela estudam.
Esperamos também que esta experiência de formação
contribua para a construção de práticas, experiências e relações significativas
na escola em que você atua.
OS TRÊS MOMENTOS INVESTIGATIVOS: O VER, O OUVIR E O REGISTRAR
o VER
É a etapa inicial do processo de conhecimento. Você
precisa contar ou descrever de tal forma que quem não esteve naquele lugar, não
presenciou a cena, consiga entender tudo, até mesmo o significado do que
aconteceu. Mas, para contar bem uma
cena, um fato, você precisa tomar cuidado. Os nossos olhos tendem a enxergar o
que nós queremos ver e não aquilo que é para ser visto. Ou seja, nosso olhar
tem filtros, que são nossos valores, nosso jeito de encarar o mundo, nosso modo
de pensar... Isso se chama refração. Dessa forma, para enxergar a realidade da
escola ou dos nossos jovens alunos ou mesmo os significados que eles atribuem
ao cotidiano escolar, precisamos primeiro identificar os possíveis filtros e
compreender como estes interferem no nosso olhar e, após esta primeira mirada,
voltar a olhar novamente, lançar um novo olhar, buscando:
a) Desnaturalizar o cotidiano escolar, suas vivências
neste espaço tão familiar e por isso mesmo tão naturalizado, e assim:
b) Estranhar o que nos é tão familiar, ou seja,
colocar em suspenso seus pontos de vistas e crenças sobre a escola, sobre a
condição docente e sobre os jovens alunos, para depois:
c) Enxergar a escola, seu entorno e os jovens alunos,
com os olhos de quem chega pela primeira vez, como um “estrangeiro”, buscando compreender
os/as jovens estudantes, suas práticas culturais, seus hábitos, valores, visões
de mundo etc. Mas somente o olhar não será suficiente para seu processo de
construção de conhecimento sobre a escola, o ensino médio e os jovens alunos.
o OUVIR
Assim como acontece com o olhar, também o ouvir
possui uma significação específica para um pesquisador. O ouvir complementa o
olhar, na medida em que lhe permite voltar à realidade escolar e tentar
perceber se o que observou, se o que interpretou durante a observação, é ou não
compartilhado pelos outros sujeitos da escola. O ouvir permite confrontar seu
ponto de vista com o dos outros sujeitos e construir uma leitura ou
interpretação mais complexa das cenas ou situações observadas. Por esse
procedimento, você terá condições de compreender as relações sociais dentro da
sua escola, do seu entorno, as transformações pelas quais passam a escola, a
docência e a condição dos jovens alunos que ali frequentam. O objetivo principal do ouvir é obter as
“explicações” dadas pelos próprios sujeitos pesquisados e membros da comunidade
pesquisada, no caso, a escola. Tais explicações “nativas” podem ser obtidas por
meio de entrevistas e questionários, proporcionando um ouvir todo especial.
Mas, para isso, é preciso saber ouvir!
o REGISTRAR
Fonte: http://observatoriodajuventude.ufmg.br/pacto-mg/images/APOIOCADERNO1/Textos_JUBEMI_verso2013.pdf
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